Hoje. Hoje confirmei as minhas suspeitas. Mentes-me. Com quantos dentes tens na boca. E eu vi, com os meus olhos. O que lhe escreveste, o que lhe escreves.
Vi. E ainda assim não consigo dizer-te nada. Calei-me. Fechei-me em mim mesma. Sinto vontade de vomitar. De chorar. De exteriorizar de alguma maneira o que sinto. Mas não consigo.
Tocas-me. Ao de leve. E eu tremo, e aperto-te a mão, com todas as forças que tenho. Perguntas-me o que se passa. Mais uma vez. Perguntas-me porque estou assim. Não respondo. Não digo nada. Quero chorar, sim. Mas não à tua frente. Nunca à tua frente. Nunca à frente de ninguém.
Vi mil e uma imagens. Estranhas. Que nem sei se quero saber o porquê de as teres no teu computador. Não sei como me deixaste ficar o computador, sequer. Sabes como sou. Falei-te de todas as coisas que descobri sobre muitas pessoas que amo. Sobre o meu "faro". Sobre a minha "queda" para encontrar razão para não confiar em ninguém a 100%. Tal como todos os outros, deste-me razões para não confiar em ti. Se calhar de uma maneira bastante mais grave que todos os outros...
Dizes-me coisas que nunca ouvi e sempre sonhei ouvir. É certo. Mas também lho disseste a ela. E sei lá a quem mais terás dito.
Sinto-me a mulher mais parva à face da Terra. Mesmo depois do que li, do que vi. Não consigo acreditar.
Não consigo acreditar que alguém como tu, seja tão mau.
Estás a destruir-me aos pedaços. Por dentro. Não consigo exteriorizar... Quero gritar! Quero gritar contigo, dizer-te que és um parvalhão, que me magoaste. Que foste a pessoa a quem me entreguei mais facilmente, mais rapidamente. E neste momento só me consigo sentir usada. Não consigo sentir-me amada, ou adorada sequer. Como dizias.
Era assim que tencionavas ensinar-me a gostar de mim?